Escrever a primeira matéria que irá ser publicada em um jornal, mesmo que de poucos leitores, é uma experiência a ser lembrada. Fiquei na Editoria Geral do jornal de Laboratório do Jornalismo. A primeira idéia que tive de matéria foi sobre a saúde pública da capital. Naquele período, estavam ocorrendo constantes problemas com a superlotação, principalmente do Hospital Conceição. Esperava escrever sobre este assunto e entrevistar alguém do Conceição.
Passaram-se algumas semanas e surgiu um assunto de peso em Gravataí: uma denúncia de irregularidades na Casa Abrigo. A casa é destinada a crianças e adolescentes órfãos, usuários de drogas e vítimas de violência doméstica. Acontece que o abrigo além de não ter estrutura, materiais de higiene e funcionários qualificados, passou a sofrer denúncias de abusos sexuais. Os abusos aconteciam por parte dos abrigados mais velhos contra os menores.
Tudo isso veio à tona com a fuga de alguns jovens que não suportaram mais viver naquela situação. A recém empossada, a conselheira tutelar Jaqueline Langer, entrou no caso e decidiu levar isso ao público. A RBS TV abordou o assunto por um semana no Jornal do Almoço e a história se tornou conhecida por todos.
Fui ao Conselho Tutelar de Gravataí e marquei uma entrevista com Jaqueline Langer, que acabou acontecendo no mesmo dia. Ela mostrou-se atenciosa e detalhou todos os acontecimentos com detalhes. Perguntei sobre o paradeiro destas crianças agora, as medidas que deveriam ser tomadas, a posição da prefeitura, o que já estava sendo feito, enfim, foram 40 minutos de entrevista que esclareceram todas as minhas dúvidas sobre a história.
Foi fácil escrever a matéria com as informações claras dadas pela Conselheira Tutelar. A parte mais difícil foi cortar algumas informações. Com uma história grande e cheia de detalhes é natural que queiramos passar para a matéria tudo o que aconteceu, sem deixar nada de fora. O problema é que muitos detalhes, às vezes insignificantes, deixam a matéria confusa e cansativa. Além disso, havia um número de caracteres a ser respeitado, que acabou diminuindo um pouco a matéria.
Em geral, foi uma experiência muito gratificante. Nunca havia feito uma entrevista séria sobre um assunto importante como foi neste caso. Tive de ir até o Conselho Tutelar, conversar com ela, preparar as perguntas e anotar tudo muito rápido durante a entrevista. Foi muito bom ver como tudo isso funciona na prática.
Vic :)
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